O messianismo é, em termos estritos, a crença na vinda - ou no retorno - de um enviado divino libertador, um messias [mashiah em hebraico, christós em grego], com poderes e atribuições que aplicará ao cumprimento da causa de um povo ou um grupo oprimido. Há entretanto um uso mais amplo - e às vezes indevido - do termo para caracterizar movimentos ou atitudes movidas por um sentimento de "eleição" ou "chamado" para o cumprimento de uma tarefa "sagrada".
As tendências messiânicas são visíveis em certos fenômenos nacionais, como o Sebastianismo em Portugal ou o Ciclo Arturiano com origem na Bretanha. Em Portugal, pode-se considerar mesmo a obra "O Quinto Império" do Padre António Vieira de um teor messiânico que se encontrará também, transfigurado, na "Mensagem" de Fernando Pessoa, onde conceitos filosóficos, como o do Super-Homem hegeliano, se misturam com elementos do ocultismo e da idéia de destino ou fado, também próprio da identidade cultural portuguesa.
Índice
Origem do Messianismo[editar | editar código-fonte]
O profeta Isaías é o primeiro a proclamar a idéia de um Messias, embora esta idéia já se encontrasse na Pérsia entre os zoroastristas. Ele antecipou a ameaça babilônica no horizonte do povo judeu - A Captividade Babilônica.
Na historia do Brasil, o termo messianismo é usado para dar nome aos movimentos sociais nos quais milhares de sertanejos fundaram comunidades comandadas por um líder religioso.
Movimentos messiânicos[editar | editar código-fonte]
Borboletas Azuis[editar | editar código-fonte]
Fundado em Campina Grande pelo empresário Roldão Mangueira de Figueiredo, os Borboletas Azuis passaram a se identificar com os atos messiânicos em 1977, ano em que se apresentaram vestidos de um timão azul e branco impecável.
Roldão pregava que o mundo seria destruído por um dilúvio na década de 80. Houve uma dramática redução do número de fiéis depois do fiasco do dilúvio anunciado, o número de seguidores passou de aproximadamente 700 para somente 67 pessoas.
Os Borboletas Azuis são um marco histórico na Paraíba.
Caldeirão de Santa Cruz do Deserto[editar | editar código-fonte]
Surgiu no Crato, interior do Ceará, sob a liderança do beato José Lourenço.
Consistia numa comunidade igualitária onde todos os habitantes tinham direitos e deveres iguais. Tal ideal não agradava o governo estadual e os fazendeiros da região.
O Caldeirão era protegido pelo Padre Cícero, que inclusive ajudou beato José Lourenço a arrendar o terreno. Após a morte do sacerdote, governo e fazendeiros se aproveitaram para destruir a comunidade.
Canudos[editar | editar código-fonte]
Ocorreu no sertão baiano no século XIX. O líder Antônio Conselheiro defendia a volta da monarquia classificava o republicanismo como uma manifestação do anti-Cristo.
Como a fama do movimento começou a se espalhar pelo país, os governos estadual e federal se uniram para destruí-lo. Em 1897, Canudos foi completamente destruída.
Sem dúvida foi o maior movimento messiânico ocorrido no Brasil.
Contestado[editar | editar código-fonte]
Surgido em 1912 na divisa dos estados de Santa Catarina e Paraná, era um movimento liderado por monges que defendiam a volta do Império (um fazendeiro da região chegou a ser nomeado imperador do Brasil por um dos monges).
Em 1916 a comunidade foi destruída pelo exército brasileiro.
![]() |
Este artigo utiliza material oriundo da Wikipédia. O artigo original está em Messianismo. A relação dos autores originais pode ser vista no histórico do artigo. Assim como acontece com a Cristianismo Wiki, o texto da Wikipédia encontra-se debaixo da Licença de Documentação Livre GNU. |